segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Farnsworth House



Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) é unanimemente considerado um dos mais importantes arquitectos do século XX, tendo sido um dos principais mentores do modernismo. Nascido na Alemanha, em 27 de Março de 1886, viria a desenhar em 1927 um dos seus mais famosos edifícios: o pavilhão alemão para a exposição internacional de Barcelona.Acabaria por emigrar para os Estados Unidos, em 1937, e foi aí que se tornou verdadeiramente famoso.Em 1946 a física Edith Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma casa de fim de semana que fosse "arquitectura séria". Pouco tempo depois Mies apresenta-lhe os primeiros esboços daquele que viria a tornar-se um polémico ícone do modernismo.



A casa foi desenhada segundo um conceito que começara a ser desenvolvido num projecto que nunca sería construído, chamado Resor House. A casa Farnsworth foi o culminar deste tipo de experiência no desenho de casas.Além da imensa paixão que transpira da joia de vidro e aço que é esta casa, há uma história de amor e ódio entrelaçada com a sua criação, que não resisto a contar.Os planos da casa que Mies apresentou a Edith Farnsworth revelavam o resultado prático do lema do arquitecto: "Less is More". A casa, que aínda é possível ver actualmente, consiste em duas placas de betão, suportadas por oito vigas de aço. Todo o chão está suspenso destas vigas, como se a casa flutuasse sobre o solo que ocupa. A cobertura é uma placa igual à do chão, absolutamente paralela àquela. Todas as paredes são de vidro e não há divisões internas, à excepção de uma estrutura que suporta a área da cozinha, espaço de arrumação e uma casa de banho. O acesso faz-se por um elegante conjunto de degraus que leva ao pequeno terraço da entrada, também coberto.A doutora Farnsworth aprovou os planos, mas parece que se apaixonou tanto pela obra quanto pelo autor. Foram precisos quatro anos de trabalho para executar um plano que parecia tão simples. Consta que durante esse periodo a sua relação se aprofundou. Os seus encontros eram frequentes e longos, muitas vezes na própria obra. A perfeição com que o projecto foi sendo executado é seguramente fruto de uma profunda paixão, resta saber se artistica, se amorosa.Quando tudo ficou concluído, Mies deu a Edith as chaves da sua nova casa e a conta do projecto.


Consta que se tornou indisponível. Seria para arrefecer o romance ou por se sentir constrangido pelo elevadíssimo valor da factura: 73.000 dólares, o equivalente actual a cerca de 100.000 contos?Edith Farnsworth processou o arquitecto pelo elevado preço, mas o facto de ter acompanhado tão intensamente a construção pesou contra si e perdeu o processo. Depois escreveu vários artigos contra a casa e contra Mies. Dizia que viver naquela casa não era bem o mesmo que contemplar os seus planos, que as contas de aquecimento eram exageradas, etc, etc.Irritada com o arquitecto (ou talvez despeitada) disse a quem a quis ouvir, que:


"Less is not more. It is simply less!"


Parece que a casa tinha de facto uns bugs, apesar de ter uma construção tão perfeitamente executada, mas é uma obra que transpira a paixão que lhe deu origem e serviu de exemplo para muitas coisas formidáveis que foram construídas posteriormente, até à actualidade, por muitos arquitectos em todo o mundo.Quem leia o Arrumário há algum tempo, poderá perguntar-se como é que um defensor convicto da construção bioclimática se sente tão atraído por esta casa. É verdade que lhe faltam alguns aspectos fundamentais: paredes com massa térmica, eventualmente paredes trombe, vãos mais reduzidos a Norte, sombreamento das janelas, etc. No entanto há alguns aspectos que são verdadeiramente fascinantes: a ligação visual com o exterior, o facto de a casa estar descolada do solo, a simplicidade das linhas e a continuidade do interior, sem divisões.Maritz Vandenburg escreveu a propósito da Farnsworth house:


"Every physical element has been distilled to its irreducible essence. The interior is unprecedentedly transparent to the surrounding site, and also unprecedentedly uncluttered in itself. All of the paraphernalia of traditional living –rooms, walls, doors, interior trim, loose furniture, pictures on walls, even personal possessions – have been virtually abolished in a puritanical vision of simplified, transcendental existence. Mies had finally achieved a goal towards which he had been feeling his way for three decades."
Ps: Desculpem pessoal do blog.Estou viagem no exterior a trabalho e não tenho tido muito tempo para postar.

sábado, 14 de novembro de 2009

The Farnsworth House


Aqui segue o link de um vídeo sobre outra grande obra de Mies - The Farnsworth House,depois comentarei mais sobre a mesma, o vídeo é curto e insteressante pois mostra toda a edificação e até e mesmo alguns detalhes.

http://www.youtube.com/watch?v=p9BAVIy0hRA

Nationalgalerie


O último trabalho de relevo de Mies foi a Neue Nationalgalerie em Berlim, que é considerado uma das mais perfeitas expressões da sua abordagem arquitectónica. O pavilhão superior é constituído por uma estrutura precisa de aço com invólucro de vidro, que na sua simplicidade revela perfeitamente a força estética e funcional das ideias de espaço interior flexível, aberto e sem cargas desnecessárias impostas pela ordem estrutural externa.
Mies teve um papel relevante enquanto educador no âmbito da arquitectura. Acreditava que as suas idéias podiam ser ensinadas de forma objectiva. Trabalhou intensivamente em soluções prototípicas que poderiam ser aplicadas de forma livre pelos seus discípulos, adaptando-as a situações específicas, sob a sua supervisão. O facto de nem sempre se terem conseguido, assim, obras de qualidade aceitável levou Mies a considerar que existia alguma falha na sua teorização em relação à nova teoria, que deveria ser facilmente aplicada a novas situações.

S.R. Crown Hall


Crown Hall, IIT’s College of Architecture building, is the centerpiece of a master campus plan designed by Mies van der Rohe in 1940. It has a grace and elegance that the brick and glass buildings around it do not, perhaps because, as Kevin Harrington, in the AIA Guide to Chicago writes:

"Crown Hall departs from the module that Mies established for the campus in his master plan. As a result, it...becomes what Mies called representational...[which] must declare the highest purposes and ideals of the institution."

The visitor ascends two thresholds to enter the building: low-rise stairs to a wide, uncovered, floating slab, and then a second stairway to the entrance doors. This entry procession helps "elevate" the building from its rather uninhabited and plain surroundings. There is a similar threshold procession to Mies' Farnsworth House in Plano, Illinois.

Of the structure of Crown Hall, Harrington writes: "During the day, Crown Hall seems a precisely defined, translucent, and transparent volume in perfect repose. At night it becomes a reliquary of light, as its interior illumination appears to make the building seem almost to float on a cushion of light."

Foto - Interior do Crown Hall

Fonte texto - http://www.galinsky.com/buildings/crown/index.htm

A abordagem feita por Mies no projeto do Crown Hall foi, definitivamente, inovadora, mas é a incrível execução que faz do campus um destino internacional para os entusiastas da arquitetura moderna. Aqui, Mies criou e refinou a gramática da linguagem da arquitetura moderna e aperfeiçoou suas idéias, estruturas, proporções e geometria. O Instituto Americano de Arquitetos nomeou o campus do IIT como um dos 200 trabalhos de arquitetura mais significativos dos Estados Unidos. S.R. Crown Hall, casa da Escola de Arquitetura, é o edifício mais celebrado. Uma combinação inovadora de aço e vidro, é um marco histórico nacional que muitos consideram um dos mais importantes edifícios do séc. XX.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Mies Van der Rohe - O Solitário Caçador da Verdade



Ao se referir à compreensão de como a juventude marca o resto de nossas vidas, o filósofo francês Gaston Bachelard comenta em A Poética do Espaço que “somente quando velhos, nos tornamos jovens”.

Nascido em Aachen, na fronteira alemã com a Holanda, em 27 de março de 1886, é o próprio Mies van der Rohe quem nos dá a chave para a compreensão de sua arquitetura ao comentar, em um artigo publicado em 1961, a influência que as construções de sua cidade natal, a antiga capital do Sacro Império Romano Germânico, exerceu em sua obra.

Ludwig Mies (o sobrenome da mãe, van der Rohe, foi incluído por Mies mais tarde) freqüentou a escola da catedral católica construída por Carlos Magno e ajudou o pai na firma de cantaria que possuía. Passando sua infância e adolescência entre lápides e igrejas medievais, sua formação não foi acadêmica, mas de natureza prática e religiosa.

domingo, 8 de novembro de 2009

Original Master Plan


Ludwig Mies van der Rohe's Master Plan for the IIT campus was one of the largest projects he ever conceived and the only to come so close to achieving complete realization. The campus encompasses 20 of his works'the greatest concentration of Mies-designed buildings in the world.

Mies' master plan was a notable departure from traditional college quadrangles and limestone buildings. In the Mies plan, the space between and within buildings was organized around a 24-foot grid. The spatial module provided rhythm and coherence, while ensuring flexibility and architectural unity for campus building projects of the future. The two- and three-story buildings tend to slide past each other, leading visually from one exterior space to another. Mies also planned interior space with maximum flexibility to accommodate future needs. The simple palette of steel, glass, and buff-colored brick drawn from the factories and warehouses of Chicago's South Side provided an adaptable module to express various functions within the buildings.

After World War II, the IIT campus developed at the rate of two buildings per year until 1968. Mies himself supervised construction during the early years of rapid expansion and was able to keep construction costs at $10 a square foot, well below industry averages. Mies used the IIT campus as a laboratory to perfect his architectural philosophy, with each building he found new solutions and learned how to make less more. The overall campus plan is elegantly cohesive and orderly, and Mies' space has a free-flowing quality that is not walled-in or static. His genius hinged on a simplicity of design and lack of ornamentation that highlighted natural order and classical style.

Mies' approach was certainly innovative, but it is the artistry in the execution that makes IIT's campus an international destination for modern architecture enthusiasts. Here Mies crafted and refined the grammar of the modern architectural language and perfected its ideas, structures, proportions, and geometry. The American Institute of Architects named the IIT campus one of the 200 most significant works of architecture in the United States. Mies' Master PlanS.R. Crown Hall, home to the College of Architecture, is the most celebrated of the individual buildings. A groundbreaking combination of steel and glass, it is a National Historic Landmark that many consider one of the most important buildings of the twentieth century.



Fonte: http://www.iit.edu/giving/mies/about_mies/mies_at_iit/original_master_plan.shtml